terça-feira, 4 de setembro de 2012

abrigos.

eu gosto de tirar foto das pessoas depois que elas acordam. claro, maquiagem é bonito, mas esconde quem você é de verdade. ao despertar, você se encontra cara-a-cara com a realidade novamente, após passar horas na sua própria companhia e da sua imaginação: não há outra hora em que você seja tanto você. o seu sorriso não vai ser forçado, sua cara de preguiça vai dizer tudo. uma foto depois de acordar, com o cabelo bagunçado e os olhos um pouco apertados, dizendo quem você é. não a fantasia que você bota pra se apresentar ao mundo. acho que por isso a história de sair por aí de pijama. é como dizer "esse sou eu quando eu tô confortável. quando eu tô em casa. quando eu me sinto bem. quando eu sou eu, sem máscaras, sem mentiras, sem abrigos pro verdadeiro ser."

deixar tudo mais simples, um pouco mais... casa.

eu quero amar pela felicidade que amar traz, eu quero ser livre de obssessões e de saudades apertadas. eu quero amar meu ser e todo esse mundo, todo esse ar e todas as árvores. tudo que é vida. e lá mais pra longe, todas as estrelas, galáxias, cores, luzes, toda a beleza que tem em existir. em estar aqui. em poder presenciar, olhar, ouvir, sentir o cheiro e o gosto, tocar com as mãos, o que a gente chama de vida. o mundo é a sua casa, o universo é a sua casa. você habita um espaço que é seu. todo o ar que entra em seus pulmões e tudo que seus pés e mãos tocam. tudo que é bonito, mas tudo é bonito. então, tudo que é. toda a experiência. toda a voz, todo o canto, toda a expressão. eu amo viver. eu amo amar. coisas pequenas como formigas, enormes como galáxias, toda a vida que existe. e de poder fechar os olhos, e não precisar mais de corpo. flutuar pelo universo e me sentir viva. parte da experiência. longe de toda a chatiação desnecessária pela qual passamos todos os dias. longe de toda a raiva, cada vez mais forte. amar. eu não tenho medo de voar, de ser nuvem, de ser gente, de ter um coração. amar é perdoar, amar é se permitir amar e se sentir bem com pequenas atitudes. eu não tenho medo de respirar ou de parar de fazê-lo. não mais. o universo é a minha casa e o universo sou eu. eu sou tudo que há e tudo que ainda será. o universo habita em mim, como eu sou minha casa e a minha casa é ele também.

e eu assim como você senti todas as dores de passar de mim pra uma forma humana. contrair-se e expremer-se desesperadamente dentro de um pulmão. a dor que a gente sente quando nasce é a dor da nossa grandeza quando ficamos pequenos demais pra suportar o que a nossa alma tem a carregar. abrigar.

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